Esta semana celebramos duas datas significativas: o Dia Mundial da Bicicleta (3 de junho) e o Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho). Essas ocasiões nos convidam a refletir sobre a importância da mobilidade sustentável e da preservação ambiental, destacando iniciativas que promovem um futuro mais verde e saudável.
A Bicicleta como agente de transformação
A bicicleta é mais do que um meio de transporte; é um símbolo de sustentabilidade, saúde e liberdade. No Brasil, o uso da bicicleta tem crescido significativamente, impulsionado por políticas públicas, infraestrutura adequada e conscientização ambiental.
Números que inspiram
Segundo dados do IBGE, cerca de 7% dos brasileiros utilizam a bicicleta como principal meio de transporte para o trabalho. Em cidades como ville (SC) e Aracaju (SE), esse número ultraa 10%, evidenciando o potencial da bicicleta na mobilidade urbana.
Iniciativas no Rio Grande do Sul
O Rio Grande do Sul tem se destacado em promover o cicloturismo e a mobilidade ativa:
Lei 34/2021: Aprovada para incentivar o desenvolvimento de rotas de cicloturismo, mapeamento de regiões e parcerias com a iniciativa privada.
Câmara Técnica de Cicloturismo: Criada para discutir capacitação técnica, sinalização e segurança nas trilhas, fortalecendo o setor.
Alto Uruguai: pedalando para o futuro
Na região do Alto Uruguai, diversas ações têm promovido o uso da bicicleta em vários municípios, com apoio do setor público ou organizados em associações. Desta forma, desbravando paisagens, exercitam a atividade física próximo das belezas naturais.
Preservando o Meio Ambiente: ações que fazem a diferença
O Dia Mundial do Meio Ambiente é uma oportunidade para destacar projetos e ações que visam a conservação dos recursos naturais e a promoção da sustentabilidade.
Projetos de destaque no Rio Grande do Sul
Projeto TAIM – Banhado de Vida: Focado na preservação da biodiversidade da Estação Ecológica do Taim, promovendo ações sustentáveis para as comunidades locais.
Viveiro de Mudas Nativas: Iniciativa que produz mudas para arborização urbana e recuperação de áreas degradadas, além de promover educação ambiental.
Fundação Gaia: Criada por José Lutzenberger, atua na promoção de uma cultura de respeito à natureza e uso sustentável dos recursos naturais. Educação Ambiental nas Escolas
A conscientização ambiental começa na escola
Projetos Educacionais: escolas estaduais têm desenvolvido projetos de educação ambiental, envolvendo estudantes em ações práticas e reflexões sobre sustentabilidade.
Fórum do Meio Ambiente da Juventude do Alto Uruguai Gaúcho: Evento que reúne jovens para debater e propor soluções sustentáveis para a região.
A região do Alto Uruguai tem se mobilizado em prol do meio ambiente
Encontros e Seminários: Eventos como o III Encontro de Áreas Naturais Protegidas do Rio Uruguai promovem o turismo sustentável e a conservação da biodiversidade.
Desafios e caminhos para o futuro
Apesar dos avanços, o caminho ainda é longo. A cultura do automóvel individual ainda predomina em grande parte do país, e muitas cidades pequenas e médias carecem de infraestrutura adequada para bicicletas e pedestres. Além disso, o desmatamento, a poluição hídrica e atmosférica e as mudanças climáticas continuam afetando diretamente a qualidade de vida da população.
O fortalecimento das políticas públicas, o investimento em educação ambiental, a valorização das práticas regenerativas e o envolvimento ativo da juventude são peças-chave para construir um futuro mais justo, verde e resiliente. Precisamos avançar com coragem nas legislações, garantindo orçamento para ações locais e transparência nos processos participativos.
Pedaladas coletivas e redes comunitárias
Na região do Alto Uruguai, diversos grupos de pedal têm surgido como iniciativas comunitárias que promovem saúde, bem-estar e engajamento ambiental. Em Erechim, o grupo "Pedal do Bem" realiza eios mensais com campanhas de arrecadação de alimentos e roupas. Em municípios vizinhos, como Paulo Bento e Aratiba, eventos como o “Pedal da Colheita” unem ciclistas e produtores locais em atividades que celebram a agricultura sustentável.
Essas ações mostram que a bicicleta pode ser mais que um meio de transporte — pode ser um elo entre pessoas, comunidades e natureza.
Cooperativas e reciclagem
No campo da sustentabilidade urbana, destaca-se o trabalho das cooperativas de reciclagem. Em Erechim tem se tornado exemplo de inclusão social e economia circular, com programas de educação ambiental, coleta seletiva e valorização do trabalho dos catadores em parcerias com escolas e empresas, realizando oficinas com materiais recicláveis, promovendo a arte, a renda e o cuidado com o meio ambiente.
Agricultura urbana e soberania alimentar
Outro movimento crescente é o da agricultura urbana. Famílias e comunidades têm cultivado hortas em terrenos baldios, escolas e até calçadas. Essas ações não apenas melhoram a segurança alimentar, mas também conectam as pessoas ao ciclo da natureza e às práticas de baixo impacto ambiental.
O futuro que pedalamos e plantamos
Unir o Dia Mundial da Bicicleta e o Dia Mundial do Meio Ambiente é reconhecer que nossas escolhas individuais e coletivas têm poder transformador. Quando escolhemos pedalar, reciclar, plantar, cuidar da água ou defender um parque, estamos construindo pontes entre o presente e o futuro.
As bicicletas representam o movimento. O meio ambiente representa o lar. E juntos, simbolizam uma jornada possível, sustentável e inclusiva. Uma jornada em que cada pedalada conta, cada árvore importa, e cada gesto de cuidado com a Terra se torna semente de um amanhã mais harmonioso.
Que essas datas não em apenas como registros no calendário, mas como convites à ação permanente — pela mobilidade ativa, pela justiça climática, pelo bem comum.