A pandemia causada pelo novo coronavírus está exigindo que muitos setores se reinventem, principalmente na Educação. Um desses casos é a unidade de Erechim da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs), que está buscando novas formas de interação entre a comunidade acadêmica, nesse período de suspensão das atividades presenciais. E, mesmo com a interrupção das aulas, a Instituição está realizando diversas ações para ajudar a Capital da Amizade a enfrentar a covid-19.
“Com a pandemia poderemos ter períodos de instabilidade nos próximos meses ou até anos. Mas, agora que Erechim completa seus 102 anos, gostaria de parabenizar a todos que acreditam neste município e que escolheram aqui para ficar e estabelecer seus laços afetivos. Espero, ainda, que possamos também durante e após a pandemia refletir sobre vários aspectos e mudar de alguma forma. Desejo, no fundo do coração, que haja mais empatia, maior respeito por todos e tudo, que se tenha mais união e menos divisão. É a oportunidade que teremos de criar padrões melhores de comportamento. Depende de nós”, contou o diretor regional da Uergs, Gerônimo Rodrigues Prado.
Novas formas de interação
Prado comenta que a suspensão das atividades presenciais mobilizou a comunidade acadêmica a repensar as formas de se relacionar. “Apesar do calendário estar suspenso, os professores têm buscado novas formas de interagir com os acadêmicos, não há o registro de aulas, mas tem ocorrido interações importantes. Nesse período, é necessário se reinventar e se inovar, com isso, precisamos manter o contato com os estudantes”.
“Assim, grupos de docentes têm organizado debates virtuais, sejam eles fóruns, conversas cruzadas, e até eventos científicos foram planejados, tudo isso virtualmente, com o propósito de interagir com os acadêmicos. Com isso o conhecimento vai sendo consolidado e quando retornarmos as aulas, efetivamente, será mais fácil o aprendizado”, acrescentou o diretor.
Ações solidárias
A Uergs vem auxiliando, também, em ações de solidariedade. “Além das interações com os acadêmicos ainda têm sido realizadas ações sociais, em parceria com outras instituições públicas de ensino superior de Erechim, tais como a Universidade Federal da Fronteira Sul e o Instituto Federal do Rio Grande do Sul. As ações envolvem a mobilização para coleta e distribuição de alimentos para serem entregues às comunidades, fabricação de sabão, fabricação de máscaras, fabricação de álcool gel. São ações importantes e gratificantes para todos nós, pois são arrecadações que estamos entregando de maneira gratuita”, contou Prado.
“O isolamento é necessário”
Para o diretor regional, a crise sanitária solicita que as pessoas acreditem na ciência. “Ao analisar um artigo científico de autoria dos pesquisadores Sergio Correia, Stephan Luck, e Emil Verner, percebi que a pandemia afetou tudo e todos, infelizmente. Mas precisamos acreditar na ciência, o isolamento foi e está sendo necessário. São necessárias vidas para que a economia volte a funcionar. Ou seja, as pessoas precisam estar bem para a economia girar”.
Com isso, Prado alerta que ainda não é possível vislumbrar quando as atividades presenciais serão retomadas. “Acredito que ainda é muito cedo para mencionar, principalmente sobre o ensino. O número de pessoas que circulam diariamente dentro de qualquer instituição é elevado e, com isso, fica difícil dizer com precisão quando retornaremos presencialmente dentro da Universidade. Somado a isso tudo, há apontamentos da Secretária da Saúde do Estado do Rio Grande do Sul, mostrando que entramos recentemente no início da curva de crescimento da doença no Rio Grande do Sul. Por isso a necessidade de monitoramento constante e diariamente, o que está sendo feito dentro da Uergs por meio do Comitê de Monitoramento. A decisão de retomada deve ser responsável e pautada nos dados expedidos pela Secretaria de Saúde e com base nos decretos do governo do estado do Rio Grande do Sul, não podemos em hipótese alguma expor a comunidade acadêmica a riscos ocasionados pela pandemia”, concluiu o diretor.