O município de Gaurama decretou situação de emergência em função da seca, na semana ada, o laudo técnico da Emater sobre as perdas econômicas na produção agrícola decorrentes da estiagem mostra que os prejuízos ultraam R$ 36 milhões. O laudo aguarda homologação da Defesa Civil do Estado.
O prefeito de Gaurama, Leandro Márcio Puton, lembrou que, em paralelo ao decreto, há um movimento regional que já fez a entrega de documento envolvendo a Associação dos Municípios do Alto Uruguai (Amau) para o governo do Estado, para que a Secretaria de Agricultura do Estado e governo estadual avaliem, entendam e se sensibilizem com os problemas que a estiagem está causando na região e consigam auxiliar de alguma forma os municípios.
As perdas devido à estiagem iniciaram em 27 de novembro de 2021, com a diminuição das chuvas que tem se mantido até o momento com baixa precipitação, gerando danos nas culturas de soja, milho, pastagens, bovinos de leite e corte, produção olerícola e erva-mate.
Setores atingidos
Segundo o laudo, as lavouras de milho apresentavam bom desenvolvimento vegetativo até a quinzena final do mês de outubro, mas com a diminuição da água disponível no solo, iniciou o processo ressecamento temporário, agravando-se após para murcha permanente, assim, além da falta de chuvas as altas temperaturas diárias contribuíram para agravamento da situação. “Nas lavouras de milho a estiagem atingiu o desenvolvimento vegetativo e reprodutivo ocasionando perdas severas”.
Milho
A cultura de milho, em Gaurama, abrange uma área de 2000 hectares, sendo que a maior parte foi cultivada nos meses de setembro e outubro, a parte que foi cultivada em novembro e dezembro foram as mais atingidas. “Esperava-se uma produção média de 10.800 kg/hectare, atualmente a expectativa é de aproximadamente 5400 kg/ha, portanto, uma perda de cerca 50%, podendo ser ainda maior se não ocorrer precipitação significativa nos próximos dias”, diz o laudo.
Milho-silagem
A área estimada de milho-silagem no município é de 550 hectares. A expectativa de produção inicial era de 50 toneladas/ha e a produção ficou em 32,5 toneladas/ha.
Soja
A falta de chuvas está no centro de todos os problemas, sendo assim, houve atraso no plantio da soja não ocorrendo na época ideal de semeadura. As perdas terão que ser ainda contabilizadas na aproximação da fase reprodutiva da cultura. O município possui 7200 hectares e praticamente toda a área dessa cultura está sofrendo com a estiagem, com perdas estimadas hoje em 20%.
Olericultura
As famílias, especialmente no meio rural, em geral não possuem irrigação e com a falta de água houve redução muito grande na produção de alimentos de subsistência e até para sobrevivência, pois não foi possível o plantio ou transplantio das hortaliças, e as que estavam em desenvolvimento morreram.
O prejuízo social às famílias que estão sendo atingidas é enorme, já que com a estiagem houve falta d’agua ocorrendo a redução muito grande na produção de alimentos de subsistência e até sobrevivência das famílias. Desta forma, houve diminuição na produção de hortaliças, como alface, beterraba, brócolis, couve, repolho, tomate, batata inglesa, batata doce, mandioca, com baixo desenvolvimento. Além de ovos e carnes para consumo familiar, refletindo-se em toda a cadeia agrícola com diminuição da renda e aumento do custo de vida para as famílias e, consequentemente, para todo o comércio do município. Muitas famílias estão tendo auxilio da prefeitura, pois não tem água para o consumo básico. No total, foram afetadas, aproximadamente, 810 famílias que vivem no meio rural.
Leite e corte
As perdas também foram significativas na pecuária de leite e corte, devido à baixa disponibilidade de água no solo, que prejudicou o desenvolvimento das pastagens, além de boa parte da silagem produzida ser de baixa qualidade, o que reflete no desempenho do rebanho e aumento de custos, pois há necessidade de aumentar a ração concentrada para compensar a baixa qualidade da silagem.
Bovinos de corte
A bovinocultura de corte é desenvolvida de forma extensiva e semi-intensiva, em Gaurama, portanto, depende diretamente da precipitação para o desenvolvimento de massa verde com boa qualidade. Com a estiagem prolongada, diminuiu a oferta de pastagens além das remanescentes serem de baixa qualidade. Além do rebanho não ganhar peso, nos últimos dias vem ocorrendo a perda de peso dos animais.
Erva-mate
A cultura da erva-mate é permanente, os danos são observados pelo baixo desenvolvimento vegetativo e pela queda acentuada de folhas, fazendo com que os produtores adiem a colheita pela baixa produtividade e risco, em caso de colheita pode haver a morte das plantas.
Feijão
A área estimada de feijão no município é de 30 hectares. A expectativa de produção inicial era de 3 toneladas/hectare e a produção, segundo laudo da Emater, ficou em 2,4 ton/ha