A comemoração do Natal pelo mundo
Acabamos de comemorar mais um Natal. E o Natal tem um clima especial. Casas enfeitadas, lojas também. Data festiva, que suscita em nós muitos sentimentos. Não há quem, nesta época, não tenha uma lembrança, um sentimento, uma saudade. Algo nos toca profundamente. É como se o tempo natalino tivesse um toque quase mágico e encantador. Não há quem não pare para olhar e irar.
Como os costumes iniciaram
Foi na Grã-Bretanha, no século XIV, que a maioria dos costumes natalinos existentes foram praticados. Com o tempo, muitas inovações foram introduzidas. Hoje, estão profundamente arraigados na estrutura do Natal como atualmente ele é celebrado. Naquela época, cobriam seus lares com sempre-verdes, colocavam ramos nos espelhos e molduras de retratos, móveis e janelas. Aqueles que não possuíam folhagens compravam de vendedores ambulantes, cujos carrinhos de mão eram abarrotados com heras e folhas. Em 1841, surgiu a árvore de Natal, quando a Rainha Charlote, esposa do Rei George III, ergueu uma árvore no Castelo de Windsor. A primeira árvore, com lâmpadas elétricas, surgiu em New York, no ano de 1882.
A festa que une
Superando fronteiras econômicas, geográficas, sociais e culturais, o Natal é celebrado nos locais mais recônditos do planeta e recebeu as particularidades de cada povo, unindo tradições.
No Japão
A população católica é mínima, mas o clima de Natal também toma conta da população. Nos lares cristãos, sob a árvore, está um pequeno presépio: Maria e José possuem olhos puxados e estão vestidos com quimonos. Mas, a maioria da população, aproveita a data para praticar o “seibo” que significa “presente de fim de ano”. Os presentes são, principalmente, para as crianças. O caráter comercial é expresso em vitrines ricamente decoradas. Nas ruas, são vistas pessoas carregando pacotes de presentes.
Na Polônia
Grande parte da população é católica. Assim que a primeira estrela, símbolo da Estrela de Belém, surgir no céu, começam a ceia que, geralmente é composta à base de repolho, cogumelo, batata e peixe. Antes, porém, de começar a comer, a família, reunida em torno da mesa, ouve o evangelho que relata o nascimento de Jesus. A pessoa, mais velha, faz uma breve oração. Aí, repartem uma grande hóstia, que traz, em alto relevo, a figura da Sagrada Família. Esta é, anteriormente, conseguida entre a comunidade polonesa. Após a ceia, acontece muita música e canto. Os mais cantados são: “Bóg Sie Rodzi”, que significa “Deus vai nascer”. Outro canto é “W’srod Nocnej Císzy”, que significa “Na noite quieta”. Em alguns lugares da Polônia, mesmo com o frio e a neve, algumas crianças, carregando um pequeno presépio, batem nas casas para receber, em troca, doces e algum dinheiro.
Na Alemanha
As famílias fazem, com galhos de cipreste, uma coroa e nela colocam quatro velas. A cada domingo do advento, uma das velas é acesa. Hildegard Fa, nascida na fronteira da Alemanha com a França, hoje, mora em São Paulo. Recorda o seu Natal de algumas décadas adas: ”Já nos primeiros domingos do Advento, as famílias preparavam bolachas e bolos de mel especiais. Eram bem guardados. O verde é a cor predominante no Natal. Um costume muito antigo, pois com o rigor do inverno, as plantas secam e a cor verde simboliza “vida eterna”. Nas pequenas cidades, as famílias iam, duas noites por semana, rezar nas igrejas. Levavam velas para iluminar os templos, pois as luzes somente seriam acesas na Noite de Natal. Isso porque esse é um tempo escuro, de meditação e de espera. Com o frio intenso, as famílias costumavam ar as noites em casa. As crianças preferiam ficar em torno das lareiras fazendo brinquedos e enfeites natalinos. Os homens gostavam de esculpir, em madeira, pequenos bonecos como os quebra-nozes. No dia 6 de dezembro, acontece a chegada de São Nicolau. As crianças encontram balas, chocolates e maçãs nos seus sapatos. Algumas mães fazem bolachas no formato de botas ou do bom São Nicolau. Nesta data, é muito comum, as crianças ganharem um prato cheio de nozes e bolachas de mel. Estas são chamadas de “pfefferkuchen”. Relata ainda: No meu tempo, todos iam para a Missa do Galo. Boa parte da Missa era cantada e celebrada à luz de velas. Ao final,t odas as luzes eram acesas e os fiéis trocavam votos de Boas Festas.”
Na Grécia
O Natal é comemorado em família. São grandes mesas onde se assentam não apenas pais e filhos, mas primos, sobrinhos, tios e avós. Há sempre muita gente. Na noite de Natal, o que não pode faltar numa mesa grega, é o peru. Não se come esse prato em outra época do ano e muitas famílias o preparam assado ou como sopa. Junto é servido o “retsina”- um vinho branco típico da Grécia - curtido numa garrafa com pinhões. Antes, porém, de começar a comer, as famílias dividem, entre si, pedaços de um pão caseiro chamado de “Vassilópita”, que simboliza o corpo de Cristo e que é comido acompanhado pelo vinho, representando seu sangue.
Era uma vez um Natal
O Natal mudou. “Mudou o Natal ou mudei eu” disse alguém. Ele era uma festa típica do lar, congregando pais, filhos, netos e familiares próximos. As comemorações mais festivas ficavam para o “reveillon”- final do ano. Este era realizado, como o é ainda, nos grandes clubes, com direito a beijos e abraços após romper o Ano Novo. O Natal, pelo seu mistério, seu fascínio e pela sua magia ainda empolga. É o momento máximo da compreensão, do entendimento e da confraternização entre os homens de todas as terras. Muito saudosismo ainda está na lembrança, principalmente, para quem nasceu na Europa e hoje está aqui. Alguém que nasceu em Trento, na Itália, conta: “Na época do Natal, a neve chegava a quase três metros de altura. Hoje, estranho ar um Natal num país quente. O Natal europeu ganha muito em poesia e ternura em meio à imensa paisagem branca que cobre tudo. Mas, no Brasil o clima de festividade é muito maior, pois a natureza colabora pelos encontros e confraternizações”.
No momento em que este texto é publicado, já chegou o 2025. Que o Ano Novo seja oportuno para realizar todos os propósitos, surpreendendo-os de forma positiva. Que 2025 seja repleto de motivos para sorrir e sentir alegria. Feliz Ano Novo.