A Prefeitura de Erechim, por meio da Secretaria Municipal de Saúde e do Setor de Vigilância em Saúde (VISA), está promovendo uma série de reportagens sobre zoonoses — doenças transmissíveis entre animais e seres humanos. Nesta semana, o tema em destaque é a Esporotricose.
De acordo com a médica veterinária Arieli Zibetti França, da Secretaria de Saúde, a esporotricose é causada por um fungo do gênero Sporothrix, presente no ambiente, como solo, árvores, palhas, vegetais, espinhos e madeira — locais frequentemente visitados por gatos para afiar as unhas. “Popularmente conhecida como ‘doença do jardineiro’, a esporotricose afeta especialmente pessoas que têm contato direto com a terra”, explica Arieli.
Felinos: os mais vulneráveis
Os gatos são os animais mais acometidos pela doença devido ao seu comportamento natural de escalar, arranhar e marcar território. “Um gato contaminado pode transmitir o fungo a outros gatos durante brigas ou interações. A doença causa lesões de pele, inicialmente semelhantes a pequenos machucados, que evoluem para feridas. Além disso, o animal pode apresentar apatia, perda de apetite, febre e secreção nasal”, destaca a veterinária.
Tratamento exige paciência e cuidados
O tratamento da esporotricose é longo e de alto custo, tanto para humanos quanto para os animais, podendo se estender por até um ano. Durante esse período, os animais infectados devem ser mantidos em isolamento, a fim de evitar a disseminação da doença. “O tratamento em felinos é desafiador, pois requer istração oral diária de medicamentos, além do uso de luvas ou proteção pelos tutores, para evitar o contágio por arranhaduras”, orienta Arieli.
Prevenção é essencial
Entre as principais formas de prevenção estão:
- Evitar que os gatos tenham o à rua, o que reduz as chances de brigas e transmissão;
- A castração, que diminui comportamentos territoriais e fugas;
- O uso de luvas em atividades de jardinagem ou manuseio de matéria orgânica, como forma de proteção para humanos.
A médica veterinária reforça ainda a importância da atenção aos sinais clínicos: “Procure atendimento veterinário sempre que seu animal apresentar sintomas ou comportamentos fora do habitual. Em caso de lesões suspeitas em humanos, é fundamental buscar avaliação médica.”