A Síndrome do Intestino Irritável (SII), também conhecida como síndrome do cólon irritável, é uma condição gastrointestinal funcional que afeta milhões de pessoas no mundo. Caracterizada por sintomas como dores abdominais, diarreia, prisão de ventre e gases em excesso, a SII pode comprometer significativamente a qualidade de vida. Embora seja considerada uma condição crônica e sem cura definitiva, seus sintomas podem ser controlados com mudanças no estilo de vida, alimentação adequada e, em alguns casos, uso de medicamentos.
Sintomas variáveis e impactantes
Os sintomas mais comuns da síndrome incluem pontadas na barriga, especialmente aliviadas após a evacuação, diarreia, constipação e presença de muco nas fezes. Esses sinais podem se manifestar isoladamente ou em conjunto, e tendem a variar ao longo do tempo. Em alguns dias, o indivíduo pode estar livre de sintomas, enquanto em outros, pode sofrer crises intensas. Tal variabilidade pode causar angústia e comprometer atividades rotineiras.
Diagnóstico clínico e por exclusão
O diagnóstico da SII deve ser realizado por um gastroenterologista, que analisará os sintomas e o histórico de saúde do paciente. Não há exames laboratoriais específicos que confirmem a síndrome. No entanto, para afastar outras doenças gastrointestinais, como colite ou doença inflamatória intestinal, podem ser solicitados exames de sangue, fezes, colonoscopia ou tomografia. O diagnóstico é, portanto, baseado na exclusão de outras condições.
Causas ainda desconhecidas
A origem exata da síndrome do intestino irritável ainda não é totalmente compreendida, mas acredita-se que ela esteja ligada a uma disfunção no eixo cérebro-intestino. Esse sistema de comunicação entre o sistema nervoso central e o trato gastrointestinal pode ser influenciado por fatores como estresse, ansiedade e depressão. Além disso, infecções intestinais e intolerâncias alimentares também estão entre os possíveis desencadeadores da condição.
Alimentação e estilo de vida como aliados no controle
Mudanças na dieta são fundamentais para o controle da SII. Frutas como mamão e uvas, vegetais como abóbora e cenoura, proteínas magras e laticínios sem lactose são recomendados. Já alimentos ricos em FODMAPs. como maçã, mel, beterraba e produtos com lactose, devem ser evitados, pois tendem a piorar os sintomas. A dieta pobre em FODMAPs, aliás, tem se mostrado eficaz na melhora de muitos pacientes.
Medicamentos e suplementação
O tratamento medicamentoso pode incluir o uso de laxantes, analgésicos, antidiarreicos e, em alguns casos, antidepressivos, todos prescritos por um especialista. Os probióticos também podem auxiliar, ao promover o equilíbrio da flora intestinal. O tratamento é individualizado e ajustado conforme os sintomas predominantes em cada paciente.
Apoio psicológico é essencial
Como o estresse e a ansiedade são gatilhos frequentes da SII, terapias como a cognitivo-comportamental podem ser indicadas para o controle emocional. A hipnoterapia, inclusive, é reconhecida pela Organização Mundial de Gastroenterologia como eficaz no alívio das dores abdominais e no aumento da qualidade de vida dos pacientes.