A gastrite crônica é uma inflamação persistente da mucosa do estômago, com duração superior a três meses. Frequentemente silenciosa, ela se desenvolve de forma lenta, o que dificulta sua identificação precoce. Mesmo sem sintomas evidentes, a condição pode causar danos significativos ao longo do tempo e comprometer a qualidade de vida do paciente.
Sintomas nem sempre evidentes
Em muitos casos, a gastrite crônica não apresenta sinais claros. Quando os sintomas aparecem, podem incluir desconforto na parte superior do abdômen, especialmente quando a pessoa está em jejum, além de má digestão, sensação de estufamento, náuseas frequentes, vômitos, perda de apetite e emagrecimento. Em estágios mais avançados, a inflamação pode evoluir para úlceras dolorosas, causando queimação e dor intensa no centro do abdômen.
O que pode causar a gastrite crônica
As causas da gastrite crônica são variadas. O uso prolongado de anti-inflamatórios, como o ácido acetilsalicílico, é uma das principais. Também podem provocar a doença infecções bacterianas, principalmente por Helicobacter pylori, estresse crônico, consumo excessivo de álcool, doenças autoimunes, problemas renais, refluxo biliar e condições como a Doença de Crohn. Fatores de risco incluem alcoolismo, tabagismo, dietas ricas em gordura e a presença de outras doenças crônicas.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico pode ser desafiador, já que muitos pacientes são assintomáticos. Quando há suspeita clínica, o médico solicita uma endoscopia digestiva alta, que permite observar diretamente as paredes internas do estômago. Durante o exame, também podem ser coletadas amostras para análise laboratorial, visando identificar infecções como a causada pela H. pylori.
Quem procurar
O especialista indicado para investigar e tratar a gastrite crônica é o gastroenterologista. Esse profissional está capacitado para conduzir o diagnóstico, determinar a causa da inflamação e propor o tratamento mais adequado.
Tipos e classificações da doença
A gastrite crônica pode ser classificada conforme a gravidade da inflamação: leve ou superficial, moderada, e atrofia gástrica – forma mais grave e com potencial para evoluir para câncer. Também pode ser dividida segundo a área afetada do estômago: a antral, que atinge a parte inferior e costuma estar relacionada à H. pylori, e a do corpo gástrico, associada a alterações autoimunes.
Estratégias de tratamento
O tratamento varia conforme a causa. Em geral, envolve mudanças na alimentação, uso de medicamentos e controle de hábitos prejudiciais. A dieta deve priorizar alimentos leves, de fácil digestão, com baixo teor de gordura e preparados com temperos naturais. Evitar frituras, condimentos industrializados, bebidas alcoólicas e refrigerantes é essencial. A orientação nutricional personalizada é recomendada.
Medicamentos e alternativas naturais
O gastroenterologista pode prescrever antiácidos, inibidores da produção de ácido e, quando necessário, antibióticos. Além dos medicamentos, alguns remédios caseiros podem auxiliar no alívio dos sintomas. Entre eles, chás de espinheira-santa, camomila e gengibre têm propriedades calmantes, anti-inflamatórias e antibacterianas.
Prevenção e cuidados contínuos
Manter hábitos saudáveis é fundamental para prevenir a gastrite crônica. Isso inclui evitar alimentos gordurosos e salgados em excesso, parar de fumar, moderar no álcool, reduzir o estresse e usar medicamentos apenas com orientação médica.