Vivemos em um só lugar, que chamamos Terra, onde todas as energias/matérias/informações, elementares para a vida nos são ofertadas.
Temos o cinturão magnético de Van Allem, que nos protege das radiações de alta frequência do sol. Os movimentos geodinâmicos das placas tectônicas, que ainda continuam, porém, com intensidade e magnitude aprazível. O vulcanismo que, também, ainda, aflige milhares de comunidades, porém com intensidade que não mais inviabiliza a vida no planeta. A atmosfera em sua equilibrada composição de gases, dentre eles, adequado percentual de oxigênio, que dispensa explicações.
O ciclo hidrológico superficial e subterrâneo, que fundamenta a economia a milênios. O solo agricultável cuja origem remonta a milhares de anos para formação de 1 centímetro de solo e que sustenta a riqueza agroindustrial contemporânea.
Os biomas com sua flora tendo profunda relação no mantenimento das chuvas continentais e a perenidade dos rios e, ainda, a fauna com sua riqueza genética fundamental para bioeconomia, extrativismos, fármacos entre outros potenciais.
Os ciclos biogeoquímicos que a milhões anos distribuem delicadamente os minerais pelos continentes e oceanos os levando até os alimentos que estruturam nossos corpos físicos. Entre outros exemplos.
E tudo parece ser tão natural. Temos, então, a falsa impressão que todos estes elementos naturais e geossistêmicos sempre estiveram à nossa disposição. Observando a história da Terra, esta aldeia global, veremos mais de 4 bilhões de anos até 2025 e que, apenas, a pouquíssimo tempo - quando comparado a origem do planeta, o equilíbrio entre as forças telúricas do planeta -, permitem a vida.
Nesta história, alguns milhões de anos para a evolução dos nossos ancestrais e 200 mil anos para a história do chamado Homo sapiens (eu, tu, ele, nós), esta evolução só foi possível, pois a Mãe Terra nos proporcionou um delicado e dinâmico equilíbrio entre as energias da atmosfera/oceanos/continentes e vida.
Este equilíbrio inicia com a o período do surgimento da vida na Terra e chega até meados do pós-guerra quando as atividades econômicas, lideradas por uma minoria, a a alterar as dinâmicas atmosféricas, especialmente, na retenção de calor, nos trazendo a conjuntura atual das mudanças climáticas.
Infelizmente, as alterações nas “dinâmicas naturais” já estão ocorrendo e são traduzidas nos chamados eventos climáticos extremos acompanhados, por vezes, de desastres naturais. Caso continuemos na mesma marcha este cenário pode se intensificar nas próximas décadas. Neste contexto, o esgotamento dos recursos naturais é uma triste realidade.
Pensando nestes elementos, o ex-senador e ativista ambiental estadunidense, Gaylord A. Nelson, cria a ideia do ‘Dia da Terra’ e a a divulgá-la, sendo o principal promotor da Resolução ONU 63/278 de 2009, que promulga o Dia Internacional da Mãe Terra, também conhecido como Dia Internacional da Terra. Um dia para reconhecer nossa dependência da Natureza e para refletirmos sobre como nos relacionamos com a Natureza exterior. Em síntese, um dia para pensarmos sobre quem seremos, por exemplo, sem as águas, em quantidade e qualidade adequadas, e sem os solos agricultáveis. Então, não podemos esquecer, somos nós que precisamos do Planeta Terra e não ele de nós.