No mundo moderno, a ideia de uma linhagem real parece coisa do ado. Na Escandinávia, com sua longa e respeitada democracia, essa ideia parece ainda mais estranha. Mas, três dos quatro países escandinavos preservam suas monarquias. Governada desde o século X pela mesma dinastia, a Dinamarca é a monarquia mais antiga do mundo. Logo depois vem a Suécia, com sua família real que remonta ao ano mil. A Noruega instalou bem mais recentemente sua monarquia. Talvez, por isso, ela seja tão popular entre seus habitantes.
A imprensa e a monarquia
A imprensa tem sido bem moderada com a existência das três famílias reais na Escandinávia. Está perfeitamente integrada à estrutura de suas democracias modernas. O sangue azul suscita interesse e curiosidade, mas a imprensa é bastante discreta e respeita a privacidade de seus monarcas. As fotos de um príncipe herdeiro divertindo-se, completamente nu, com uma linda cantora provocaram grande polêmica. A opinião pública ficou contra o jornal que publicou as fotos e achou simpática e normal a atitude de solteiro do jovem príncipe.
Palácio de Amalienborg
Este é a residência real atual. Nele am quase todo o ano, menos no curto verão. O palácio de Amalienborg está localizado nas proximidades de Copenhague e são quatro prédios e uma bela Igreja. Cada um com uma finalidade. Estão numa praça de forma octogonal, uma das mais elegantes da Europa. Ao centro, um chafariz de águas cantantes e uma bela estátua do Rei Frederico V. Dominando, se encontra a Residência Real. Esta ladeada por outros três prédios, todos no estilo rococó, que abrigam o Parlamento, as Finanças e demais departamentos oficiais. A realeza é muito irada pela população e, não raro, os nobres são vistos pelas ruas em atividades cotidianas. Durante diversas vezes, Mary, quando era princesa, hoje rainha e esposa do Rei Frederico X, foi fotografada levando os filhos, de bicicleta, para a escola, mesmo com neve. Ela é considerada uma das mais belas e elegantes mulheres da monarquia europeia. Dois grandes incêndios, no século XVIII, consumiram quase todos os prédios da era medieval. Por isso, Amalienborg é de construção grandiosa e impressionante, mas bem menos luxuosa do que as de outras monarquias. A família vive na ala sudeste do palácio, enquanto a sudoeste é reservada às recepções reais.
A praça da realeza
Além do chafariz e da bela estátua do Rei Frederico V, chama a atenção a majestosa Igreja de Mármore de Confissão Luterana. Ela possui a maior cúpula de igreja dos países da Escandinávia. Ela começou a ser construída em 1749, mas foi concluída 145 anos depois. Pela sua beleza e importância não pode deixar de ser visitada. Muitos eventos reais e cerimoniais nela são realizados.
Troca da guarda
O Palácio de Amalienborg exibe objetos pertencentes à Casa Real Dinamarquesa e é composto de quatro edifícios e uma igreja, como já foi mencionado. Ao meio-dia, quando a família real se encontra no palácio, é possível assistir à troca da guarda real. Recentemente, a consegui assistir bem próxima ao pelotão oficial. É um ritual que os dinamarqueses apreciam tanto quanto os turistas. Em ritmo, os guardas com capas pretas e uma faixa de couro branca no peito, desfilam empunhando, em sentido, uma arma. Chama a atenção os belos e altos capacetes pretos com a exuberante plumagem de ursos negros. O vento as movia de um lado para o outro, sem perturbar a rigidez do olhar e da postura. dos guardas. Um belo e raro espetáculo.
O Castelo de Rosenborg
O Castelo das Rosas. As joias da coroa estão nele, onde se encontram milhares de objetos reais. Construído na primeira metade do século XVII, combina elegantemente tijolos de argila com tufos de vegetação. É uma construção renascentista idealizada para ser residência de verão da família real, o que não aconteceu. Os planos foram, em parte, concebidos pelo próprio soberano, Cristiano IV. O Castelo das Rosas testemunha a fantasia do rei. Grande apreciador do conforto mandou equipar seu banheiro com água corrente. Hoje, o castelo abriga o Museu da Coroa, no qual o tesouro real divide as atenções com peças estranhas, como a grande camisa manchada de sangue, usada pelo soberano na batalha em que perdeu um olho. Caminhar pelos jardins de seu entorno já vale o eio. Próximo dali, está o Jardim Botânico, com um imenso borboletário.
Museu de História Nacional
MUSEU DE FREDERIKSBORG- O Palácio está localizado em Hillerodsholm, não muito distante da capital. Em 1560, Frederico II, grande apreciador da caça, adquiriu um castelo, meio abandonado, nesse local. Seu filho e depois Cristiano IV, transformou o lugar, 40 anos depois, numa luxuosa construção de arenito e tijolos vermelhos, renomeando-a de Frederiksborg. Incendiado em 1859, foi reconstruído em vários anos com o auxílio da população. A família da Cervejaria Carlsberg, além dos ingressos cobrados, muito contribui para a sua manutenção – a Fundação Carlsberg. Hoje, é o Museu de História Nacional – um dos grandes museus do país. Tudo nele lembra o amor à caça o que levava o Rei a ar muito tempo nele.
Localização
O Palácio de Frederiksborg, está no centro de um lago, ligado por pontes a belos jardins e a uma floresta. É imenso e comparado a Versailles, na França. Muito luxuoso, próximo a Copenhague, serviu também de residência aos soberanos. Cenas de caça aparecem nos detalhes em madeira do teto e do assoalho, mostrando a preferência desse esporte pelos monarcas. Grandes lustres de cristal, antigamente com velas, trazem imagens de animais. Muitas delas e estátuas lembram sempre o momento da caça. Um monarca importou um belo leão da África, hoje, resta a sua estátua em bronze... A Sala das Armaduras é das mais importantes e também o Salão de Recepções. Este está preparado como se fosse servir uma festa: mesa com toalha de linho bordada, porcelanas com diagrama real e muitos cristais. O Salão de Baile, ao lado, de vários nichos com obras de arte e detalhes em ouro. Um palco elevado servia para a apresentação da orquestra. Os músicos chegavam de vários países da Europa.
A capela
Uma linda capela com colunas de mármore rosa e detalhes dourados ainda hoje é utilizada. A monarquia escandinava sempre esmerada em qualidade e beleza. Eventos nela são realizados. No dia da nossa visita, um sábado, um lindo casamento era realizado. A noiva levava um belo ramalhete de rosas e o noivo carregava, em seu colo uma graciosa bebê, a filha de uns dois anos. A cerimônia foi oficiada por um pastor da religião luterana acompanhada por padrinhos e convidados.