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Educar dá trabalho, culpar dá alívio 6j403d

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Marcelo V Chinazzo
Por Marcelo V. Chinazzo – Pai do Miguel e do Gael, jornalista e escritor
Foto Marcelo V. Chinazzo

Muito ouvimos por aí: “O mundo está perdido. O que será da próxima geração?”
E a culpa? Ah, a culpa é sempre da escola, da tecnologia, das amizades, da sociedade.
Menos nossa. Menos dos pais.

É impressionante como todo mundo repete esse discurso como se fosse verdade absoluta.
Mas que tal propormos um novo discurso? Que tal olharmos para o nosso próprio umbigo, assumirmos nossa parcela de responsabilidade e mudarmos o nosso modus operandi?

Se o mundo está perdido, lamento dizer: quem está perdido somos nós, não os nossos filhos.
A geração que está errando é a nossa.
A deles ainda pode ser salva.

Somos frutos de quem veio antes. Se as coisas estão difíceis, é porque houve falhas no ado.
Falhas que, talvez, não fossem evitáveis, afinal, nossos pais fizeram o que puderam com as ferramentas que tinham.
Houve erros? Sim.
Mas o que senti falta, tento não repetir. Tento ser melhor com meu filho.
Lá na frente, ele poderá sentir faltas também e, fazer diferente com os filhos dele, se quiser ser pai.
É assim que evoluímos.

Também houve acertos, muitos, aliás.
Meus pais criaram quatro filhos com valores, princípios e muito trabalho.
Hoje, repetimos aquilo que funcionou com os nossos filhos e buscamos corrigir o que não foi tão bom.
Mas essa repetição precisa ser vivida, não apenas dita.

Filho não segue discurso.
Filho segue exemplo.

A escola

“Mas de que adianta eu me esforçar se a escola...?”

Pergunto: que tipo de escola você escolheu para o seu filho?
Você participa da escola dele?
Olha a agenda?
Sabe o nome dos professores?
Conhece a metodologia?
Acompanha a rotina escolar ou simplesmente o deixa lá como quem larga um pacote?
Educação não pode ser terceirizada. A escola é parceira, não substituta.

A tecnologia

“Mas de que adianta eu me esforçar se a tecnologia...?”

O que você tem feito para que seu filho prefira uma tela à sua presença?
Você já se perguntou por que ele prefere o celular ao sofá ao seu lado?
Por que ele escolhe um jogo no computador em vez de um eio em família?
Por que um livro não atrai, mas o TikTok sim?

E mais importante: qual é a sua relação com a tecnologia?
Você a usa com equilíbrio? Ou vive no celular enquanto exige que ele o largue?

Tecnologia não é vilã. É um recurso, mas jamais substituirá o toque, o olhar, o tempo de qualidade.
E aqui não falo de quantidade. Falo de qualidade.

As amizades

“Mas de que adianta eu me esforçar se os amigos...?”

Você sabe o nome dos amigos do seu filho?
Conhece as famílias desses amigos?
Sabe onde eles se encontram?
Entende que amizade é importante, mas que ela também precisa ser acompanhada?

A sociedade

“Mas de que adianta eu me esforçar se a sociedade...?”

Que tipo de sociedade você está ajudando a construir?
Você conhece seus vizinhos?
Participa de atividades no condomínio, na rua, no bairro?

Quão político você é? E não estou falando de direita ou esquerda.
Estou falando de cidadania.

Você respeita leis?
Para na faixa de pedestres?
Dirige com responsabilidade, principalmente com seu filho no carro?
Como você trata as pessoas próximas e, mais ainda, as que não conhece?

Exemplos pequenos e grandes fazem parte do mesmo pacote.

Chega de culpar o mundo

É fácil culpar. Difícil é mudar.
É confortável dizer “estamos perdidos” e continuar assim.
Mas e aí? Vamos mudar? Estamos dispostos?

Que tipo de pessoas somos e estamos deixando para o mundo?

A chave: educação

A grande chave para tudo isso é educação.
Mas educação de verdade: aquela que vai além de ensinar a ler e escrever.

Educar é amar.
É respeitar.
É impor limites.

Amar não é dizer “sim” o tempo todo.
Respeitar é tratar o outro como você gostaria de ser tratado.
Impor limites é necessário, não é ser autoritário e desrespeitoso.

Educar não é criar medo.
Medo e respeito são coisas completamente diferentes.

Se você não respeitar seu filho, ele não vai te respeitar.
Vai te temer e isso não é vínculo.
Vai procurar respeito fora: na escola que você não acompanha, na tecnologia que você critica, mas da qual não se desconecta, nas amizades que você não conhece, na sociedade que você julga, mas não tenta mudar.

O que você está criando?

Se seu filho crescer com medo em vez de respeito, ele não vai te procurar quando mais precisar.
Vai medir forças com você.
Vai se frustrar com limites que nunca teve.
Vai evitar responsabilidades que nunca aprendeu a assumir.
E quando errar, vai culpar o outro, como talvez você tenha feito também.

Eduque pelo amor, com respeito e com limites claros.
Ensine valores e princípios.
Esqueça o mundo lá fora e eduque dentro de casa.

Quando seu filho sair de casa, ele estará pronto.
Terá forças, amor, limites e consciência.
Saberá dizer “não”.
Entenderá que frustração faz parte da vida.
E, acima de tudo, assumirá a responsabilidade pelos próprios atos.

Aí sim, escola, tecnologia, amizades e sociedade serão aliadas no crescimento desse ser humano.
E então, teremos feito um bom trabalho.

E agora?

Vamos assumir essa responsabilidade?
Ou vamos continuar na zona de conforto, jogando a culpa para Deus e o mundo?

Ou será que simplesmente não aprendemos a assumir responsabilidades?

Se for esse o caso, precisamos aprender.
Porque, se não aprendermos, como ensinaremos os nossos filhos?

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