A Noruega é onde a natureza, o comércio e a cultura se encontram. O país é uma estreita e comprida faixa de terra que se estende até o Polo Norte, nela o mar penetra e desenha fiordes, arquipélagos e ilhotas. O interior é frio. Uma cadeia de montanhas, os montes escandinavos, atravessa o país em todo o seu comprimento. O clima da faixa litorânea e fiordes é temperado e agradável, amenizado pelas correntes do Golfo do México, vindas do Oceano Atlântico. Essas correntes trazem águas mornas para a costa norueguesa. Sua capita é Oslo e Berguen é uma joia no norte da Europa. A Noruega é a terra dos VIKINGS. O que mais fascina nesse país é a procura pela Aurora Boreal e por ser a Terra do Bacalhau.
Os fiordes
Realizamos uma viagem, de cruzeiro por um dia todo, somente para apreciar a beleza fascinante dos fiordes noruegueses. Viajando pelas águas dos vales entre montanhas, depara-se com a beleza exuberante das margens. Muitas vezes, as águas são muito profundas chegando a quilômetros. Nessas reentrâncias mar adentro se observa a neve descongelando-se das montanhas branquinhas, escorrendo em forma de fenda nas íngremes rochas e refletindo-se no espelho das águas gélidas e profundas. Sabe-se que a origem dos fiordes vem da erosão causada por placas de gelo – isso já foi comentado no primeiro artigo sobre a Noruega. O resultado dessa viagem pelos fiordes, simplesmente fantástica e com vistas de cartão postal. O final do eio é também uma grande surpresa. Ao ancorar, numa simpática vila, fomos recebidos com uma banda dos locais e tudo virou em festa e baile.
Fiorde Geiranger
Os europeus, principalmente os britânicos, em busca da pesca de salmões e trutas chegaram aos fiordes da Noruega, no final do século XIX. Conheceram o espetacular Fiorde Geiranger com seus 16 km de extensão. Por terra, chega-se a ele pela fantástica Estrada das Águias, com suas 11 curvas fechadíssimas, concluída em 1952. Fica-se arrepiado, quando numa curva vem um outro carro em sentido contrário. A engenharia abriu a estrada nas encostas rochosas da montanha para chegar ao alto. Na Curva da Águia, a mais fechada, é possível fazer uma pausa para se ter a inesquecível vista do fiorde serpenteando vale adentro cortando uma das mais despovoadas regiões do país. Durante a viagem realizada por cruzeiro, acontecem paradas para visitas a aldeias rurais iníveis por estradas. As quedas de água, mais importantes desse fiorde, têm nome: Sete Irmãs e Véu de Noiva.
Uma noite às margens do fiorde Geiranger
Foi uma maravilhosa experiência para desfrutar a região desse fiorde. Foi no Union Geiranger Hotel, localizado a 427 km de Oslo. É um dos mais antigos “castelos dos fiordes” muito populares no final do século XIX. O hotel foi restaurado e modernizado e é referência. Nossa suíte ficava com uma sacada, ao lado das águas do Geiranger. Inesquecível o gostoso ruído das águas com as margens iluminadas. Depois do anoitecer, um véu desceu sobre o mesmo, tornando tudo como se fosse irreal a nossa presença. O aquecimento interno e os gostosos alvos cobertores completaram a estadia esperada. O Union Hotel é uma referência para a Família Real. Suas fotos encontram-se no hall e na sala de estar. Em 1993, o Rei Harald e a Rainha Sonja, da Noruega, nele escolheram comemorar suas bodas de prata. A suíte 12 foi ocupada pelos menos 25 vezes pelo Kaiser Guilherme. Nela permanece a banheira original.
O jantar “bufett style”, na nossa estada, foi todo do cardápio norueguês. Fazia frio e o jantar foi servido em cima de fogões à lenha aquecidos. Cada um continha as diversas etapas, da entrada à sobremesa: sopa com carne de cordeiro, as carnes são defumadas: de rena e de alce. Muito salmão, bacalhau, linguado e truta. Sempre há o molho de mostarda para acompanhar e não faltam as batatas. O pão preto de centeio e outros pães sempre frescos. Muitos tipos de queijos e a geleia de mirtilo acompanha as carnes. O arroz não é comum, mas sim diferentes tipos de massas. A chicória é temperada com raiz-forte. Os pratos possuem guarnição de cogumelos e de falsas amoras de cor amarelada, as “cloudberries” encontradas nas florestas e nos jardins do hotel. As sobremesas são muitas de massa folhada com ricos recheios de frutas e creme de leite. A maçã também é servida, pois é produzida à beira dos fiordes.
Union Hotel
Na sala de estar, com uma bela lareira acesa, nada melhor do que tomar um café coado e quentinho servido em uma caneca – acompanha uma fina fatia de queijo da cabra adocicado. Uma interessante vitrine exibe trajes que foram usados pela Família Real. Ao lado, uma loja com diversos tipos de lembranças. Perfeitos para trazer como recordação. Nesse Hotel, tudo lembra a monarquia como brasões e fotos. O local não deixa de ser uma memória e um aplauso à monarquia vigente.
O homem e o mar
Toda a vida nessa região foi marcada pela água: fiordes, estreitos, lagos e rios. Homens do mar, sempre grandes navegadores, são profundamente ligados a ele. O mar nunca representou uma fronteira. Foi sempre o caminho, meio de comunicação e fonte de riqueza. Todas as grandes cidades na Noruega são portos e a pesca ainda é um importante recurso. Há séculos, as sepulturas comuns adotaram a forma de um casco de navio. Na época viking, os tetos das casas compridas possuíam a forma de uma embarcação emborcada.
Conclusão
Esse amor ao mar leva às cores, assim o azul-marinho é a cor da juventude, da aventura e da vida. Apesar dos majestosos fiordes, das vastas praias onde as crianças brincam, dos espelhos de água azul, dos charmosos vilarejos de pescadores, o fundo do mar é instável. Dunas movediças e ondas da altura de uma casa de três andares, são ameaçadoras. O alto-mar obedece às suas leis físicas e leva o homem a não se iludir com ele.