Amor da minha vida...
Não sei se é tristeza,
não sei se é saudade,
não sei se é cansaço...
Só sei que é dor.
Fogem-me os sentidos...
Não choro,
não falo,
não penso,
não existo...
Só sinto que é dor.
Minha alma sangra,
minha garganta se fecha,
meus olhos, incrédulos e parados, não piscam.
Envolto em um manto,
jaz imóvel teu corpo.
Tuas carnes enrijecem (as poucas que restam),
teu semblante é sereno,
embora a palidez da morte se espalhe em teu ser.
Beijo teus lábios,
que tantas vezes beijei,
agora gelados, sem vida... eu sei.
É um beijo de “um só”.
Tua morte não me leva...
minha vida não te desperta...
É hora do adeus.
Como é difícil dizer adeus a quem se ama.
Para mim, impossível!
Então, meu amor, prefiro dizer-te:
“até logo”...
Apenas teu voo partiu mais cedo,
e, quando chegar a hora do meu voo partir,
por certo te encontrarei me esperando,
para guiar meus os pela eternidade.
Tudo acabou,
a porta se fecha...
Coração apertado traduz em palavra
o que sinto agora:
chama-se “saudade”.